Montanha não falta no regresso da Volta a Portugal em bicicleta ao seu figurino habitual, com a 82.ª edição a ‘visitar’ a Torre na terceira etapa e a incluir uma sucessão Larouco-Senhora da Graça antes do contrarrelógio final.
A apresentação tardou, foi apenas virtual, mas o percurso da 82.ª edição, que entre 04 e 15 de agosto vai ligar Lisboa a Viseu no total de 1568,2 quilómetros, foi hoje finalmente confirmado, com a prova a regressar ao ‘seu’ mês e formato tradicionais, de um prólogo e 10 etapas, e a voltar-se para o interior de Portugal e para as suas montanhas.
Após uma edição diferente, ‘encurtada’ e ‘deslocada’ no calendário devido à pandemia de covid-19, a 82.ª Volta a Portugal retoma o desenho montanhoso das suas antecessoras, com um traçado que pode muito bem ser o mais difícil dos últimos anos, pela sucessão de metas em alto que prevê: a Torre, desafio maior do pelotão, aparece logo à terceira etapa, na véspera da sempre complicada chegada à Guarda, e o duo Larouco-Senhora da Graça antecede o ‘crono’ final.
Neste ‘mergulho’ pelo interior do país – o prólogo de Lisboa, a primeira e quinta etapas são as exceções à regra -, a Senhora da Assunção também faz a sua aparição (5.ª etapa), testando os efeitos do dia de descanso nos ciclistas, que enfrentarão 33 contagens de montanha entre Lisboa e Viseu, incluindo uma de categoria especial (Torre) e quatro de primeira.
Haverá pouco tempo para respirar nos 1568,2 quilómetros da 82.ª edição, que começa a grande velocidade, em 04 de agosto, com o curto e explosivo prólogo de apenas 5,4 quilómetros, com partida e chegada à Praça do Império, perto do Centro Cultural de Belém, ‘responsável’ por atribuir a primeira amarela.
A primeira etapa será também de homenagem a Joaquim Agostinho, com Torres Vedras, cidade daquele que é considerado o melhor ciclista português de sempre, a ser o ponto de partida de 175,8 quilómetros até Setúbal, onde a meta está instalada depois da passagem pela contagem de segunda categoria no Alto da Arrábida, sempre propícia a ataques-surpresa das maiores figuras do pelotão, este ano composto por 19 equipas, entre as quais a Movistar, a primeira formação WorldTour a participar na prova desde 2011.
Para a segunda tirada está reservada a única ‘estreia’ desta edição, a da cidade alentejana de Ponte de Sor, que acolhe o início de 162,1 quilómetros até ao empedrado da Avenida Nuno Álvares, no centro de Castelo Branco, onde os ‘sprinters’ terão uma das raras oportunidades para brilhar até Viseu.
No sábado, 07 de agosto, é dia de ‘etapa rainha’ da Volta a Portugal, com o ponto mais alto de Portugal continental a ‘coroar’ uma jornada de 170,3 quilómetros a partir da Sertã, que inclui quatro contagens de montanha, a última das quais, a única de categoria especial, a coincidir com a meta instalada na Torre.
Antes do dia de descanso, o pelotão ainda terá pela frente, na quarta tirada, 181,6 quilómetros entre Belmonte e a Guarda, onde dois prémios de montanha de terceira categoria aguardam os corredores dentro do perímetro urbano da cidade mais alta de Portugal, à qual chegarão já depois de terem ultrapassado uma segunda categoria menos de 30 quilómetros antes do final.
Cumprida a única pausa desta edição, é altura de regressar à estrada para a quinta etapa, com a partida para os 171,3 quilómetros até Santo Tirso, mais concretamente o alto do Santuário da Nossa Senhora da Assunção, a ser dada em Águeda para homenagear os que em 1978 conseguiram, pela primeira vez, roubar protagonismo a Lisboa e Porto ao receber o final da Volta a Portugal desse ano - até aí, a prova sempre terminara ora numa, ora noutra cidade.
O sétimo dia de competição será inteiramente minhoto, com uma ligação de 182,4 quilómetros entre Viana do Castelo e Fafe, onde os homens rápidos terão uma palavra a dizer, na antessala da etapa mais longa desta edição, a sétima, que vai começar em Felgueiras e percorrer 193,2 quilómetros até Bragança.
Será também da cidade brigantina que começa a oitava tirada, uma jornada de 160,7 quilómetros que vai terminar em Montalegre, mais concretamente na Serra do Larouco, após a sempre difícil (e amiúde invernal) subida de 10 quilómetros até ao segundo ponto mais alto de Portugal Continental, a uma altitude de 1.503 metros.
Sem tempo para recuperar, os candidatos enfrentam, no sábado, 14 de agosto, o penúltimo desafio na última etapa montanhosa: desde Boticas ao alto da Senhora da Graça (Mondim de Basto), os corredores percorrem 145,5 quilómetros e têm pela frente dois prémios de montanha de primeira categoria, o último na tão carismática chegada ao topo do Monte Farinha.
Será Viseu, no entanto (e pela sétima vez), a definir a classificação geral final, no tradicional contrarrelógio repleto de rotundas naquela cidade: são 20,3 quilómetros de uma luta individual contra o cronómetro, com fim na Avenida da Europa, para encontrar o vencedor da 82.ª Volta a Portugal.
Etapas:
04 ago: Prólogo, Lisboa – Lisboa, 5,4 km (CRI).
05 ago: 1.ª Etapa, Torres Vedras – Setúbal, 175,8 km.
06 ago: 2.ª Etapa, Ponte de Sor – Castelo Branco, 162,1 km.
07 ago: 3.ª Etapa, Sertã – Covilhã (Torre), 170,3 km.
08 ago: 4.ª Etapa, Belmonte – Guarda, 181,6 km.
09 ago: Dia de Descanso.
10 ago: 5.ª Etapa, Águeda – Santo Tirso (Senhora da Assunção), 170,9 km.
11 ago: 6.ª Etapa, Viana do Castelo – Fafe, 182,4 km.
12 ago: 7.ª Etapa, Felgueiras – Bragança, 193,2 km.
13 ago: 8.ª Etapa, Bragança – Montalegre (Serra de Larouco), 160,7 km.
14 ago: 9.ª Etapa, Boticas – Mondim de Basto (Senhora da Graça), 145,5 km.
15 ago: 10.ª Etapa, Viseu – Viseu, 20,3 (CRI).
Total: 1568,2 quilómetros.