Um grupo empresarial espanhol está a reanimar queijarias artesanais do concelho de Torre de Moncorvo, algumas das quais integraram um projecto associado à promoção e divulgação do queijo terrincho, que acabou por não se concretizar totalmente. Os espanhóis estão já a retirar dividendos e sustento de um negócio antigo na região.

O projecto anterior, apoiado por fundos comunitários, envolvia nove queijarias artesanais. A colocação do produto no mercado seria feita em conjunto através de uma associação detentora de marca própria.

As queijarias foram construídas e entraram em laboração, mas o projecto total não se concretizou. \"Faltou a associação\", explicou Judite Martins, ex-proprietária de uma das queijarias agora exploradas pelos espanhóis, onde é, actualmente, responsável pelo sector da produção.

A queijaria da Cardanha, criada em 1998, foi adquirida pelos empresários espanhóis em Março desde ano. O grupo explora, ainda, uma queijaria em Felgar.

Os empresários iniciaram a organização da comercialização e aumentou a produção. Quando começaram , trabalhavam com 500 litros de leite por dia. Actualmente laboram cerca de 1500. De três trabalhadores passaram para 12, distribuídos pelas unidades fabris de Cardanha e de Felgar. O leite é recolhido e fornecido por 30 pastores da região.

O grosso da produção é escoado em Trás-os-Montes e no Grande Porto, mas a empresa já começou a penetrar na Beira Alta, tiveram uma proposta para colocar o produto no El Corte Inglés e uma encomenda para a Embaixada da Venezuela.

O objectivo passa por expandir o negócio e alargar o mercado a nível nacional e internacional, aumentar a produção e ampliar as instalações. O filão do queijo está longe de se esgotar.

Os espanhóis mantiveram a confecção de forma artesanal, sem conservantes, com salga tradicional, mas já usam câmaras de frio com temperatura regulada e o processo de produção é mais acelerado. Antigamente, um queijo demorava horas a fazer; agora são precisos dez minutos.

A queijaria da Cardanha está a aguardar ainda a aprovação de um pedido de licenciamento nos serviços camarários, que poderá ser viabilizado desde que a unidade cumpra o pré-tratamento dos efluentes.



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