O município de Vila Flor, no distrito de Bragança, atribuiu bolsas de estudo no valor de 700 euros aos estudantes universitários do concelho, que vão retribuir com a prestação de serviço cívico ou comunitário, informou hoje a autarquia.

São 82 bolseiros em diferentes anos de estudo e matriculados em estabelecimentos de ensino de todo o país. Em troca da ajuda monetária, os estudantes vão trabalhar com a Câmara Municipal 40 horas durante as pausas letivas.

“É quase como estabelecer um contrato entre o município e os nossos bolseiros (…) É a criação de um vínculo com cada estudante universitário, que vai dar uma semana de colaboração ao seu município, na tentativa que seja na sua área de estudo, dentro das nossas iniciativas municipais”, explicou à Lusa o presidente da autarquia, Pedro Lima.

Permitir aos jovens que identifiquem oportunidades laborais mantendo a ligação à terra de origem é também um dos objetivos, disse o autarca.

“Para que assim os estudantes continuem a sentir-se úteis e a contribuir em prol do desenvolvimento do concelho (…) Acho que o nosso território depende muito da capacidade criativa da nossa juventude”, afirmou.

O município identificou as instituições de ensino nas escolhas dos alunos de Vila Flor para que, no futuro, se possa estar mais próximo delas. Segundo revelou Pedro Lima, 40% dos estudantes vilaflorenses optou pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

Nos cursos, a preferência vai, por ordem, para Enfermagem, Direito, Economia, Educação Social e Gestão.

Andreia Andrade, de 22 anos, é uma das alunas bolseiras e finalista do curso de Enfermagem no IPB.

“Escolhi Enfermagem com o intuito de ficar na região e se conseguir é excelente. Existem outros cursos que nos obrigam a deslocar-nos para fora das nossas terras", disse Andreia.

Quanto à iniciativa, através de colegas do politécnico sabia que outros municípios davam apoios semelhantes e quando soube que Vila Flor ia poder dar uma bolsa destas ficou “bastante contente”, partilhou Andreia.

O contributo em trabalho não será novidade para a futura enfermeira. À Lusa, contou que ano passado colaborou com a organização da ExpoVilla, a feira de atividades económica em Vila Flor.

“Acho que é algo fácil. O ambiente entre nós sempre foi muito bom”, concluiu.

Já o bolseiro Fábio Penafria, 20 anos e a terminar a licenciatura em Filosofia na Universidade Católica Portuguesa em Braga, destacou que em Vila Flor “não falta o que fazer”.

“Parece que somos nesta zona uma exceção no que toca ao dinamismo. Temos atividades desportivas, culturais ou religiosas, como procissões e peregrinações (…) Portanto, em qualquer um desses momentos da vida do município eu e os outros jovens contemplados estamos muito dispostos a participar porque é uma mais-valia”, afirmou o estudante sobre a experiência laboral que vão ter no contexto da atribuição da bolsa.

Também para Catarina Almeida, 23 anos e no último ano da licenciatura de Direito na Universidade do Minho, esta bolsa é uma mais-valia.

“Esta medida é uma excelente oportunidade para os jovens. A bolsa vem ajudar a minimizar os custos de ir para o ensino superior. Considero a contrapartida bastante interessante. É uma mais-valia, uma forma altamente positiva de contactar e compreender as dinâmicas do município”, disse Catarina.

Para Catarina, seria produtivo poder passar as suas 40 horas na administração, o que iria ser o seu primeiro contacto com a área em que tem em mente fazer mestrado, mas está aberta à experiência.

A cerimónia da atribuição das bolsas de estudo acontece no sábado à noite, onde os selecionados irão receber também um ‘kit’ que incluiu um emblema para o traje académico.

O concelho de Vila Flor tem cerca de seis mil habitantes, segundo os últimos Censos. Desde o ensino pré-escolar até ao universitário, há cerca de 600 alunos, segundo dados municipais.




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