A taxa superior a 80% de alunos colocados que escolheram a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro como primeira opção é um “resultado surpreendente” que dá força ao “reajustamento da oferta educativa”, disse hoje o reitor.

“Este valor significa que o trabalho interno que estamos a fazer deve ter continuidade. Estamos a fazer um reajustamento da oferta educativa, ou seja, adaptá-la aos interesses do mercado e de acordo com as opções do estudante”, adiantou à agência Lusa o reitor da universidade de Vila Real, Fontaínhas Fernandes.

A UTAD teve uma taxa de ocupação de estudantes de 92% das vagas, um aumento de 3% face ao ano anterior e o “melhor resultado na história da instituição”.

O reitor da universidade transmontana lembrou essa “tendência crescente dos últimos anos”, mas considerou o “resultado mais surpreendente” o valor superior a 80% de alunos que escolheram a instituição como primeira opção.

“Esses temos a certeza que à partida estão inscritos e vão estar motivados”, acrescentou.

Para Fontaínhas Fernandes, a colocação de alunos na sua primeira opção é “uma questão fundamental para o país”, pois aumenta a possibilidade de sucesso escolar, de manter os estudantes nas universidades e de estes terminarem no número de anos previstos.

Lançar oferta educativa de acordo com a procura, que são em geral áreas com maior empregabilidade, ao invés do interesse da instituição, é também uma das preocupações do reitor.

“É preciso que as ofertas educativas sejam mais agressivas, mais abertas e flexíveis, para permitir já trabalhos em contexto empresarial. É fundamental esta mudança no ensino superior”, analisou.

A adaptação de oferta feita pela UTAD é uma política que tem vindo a ser desenvolvida e que é complementada com a “requalificação dos espaços letivos” e a “capacitação dos espaços de investigação”.

“É fundamental ter continuidade, porque não importa apenas receber os alunos e depois defraudá-los do ponto de vista físico e das infraestruturas”, lembrou.

O responsável pela universidade de Vila Real realça ainda o “esforço notável” que tem sido feito pela instituição no “atual quadro de subfinanciamento do ensino superior”.

“Já foram tornados públicos que o investimento do estado em cada aluno do ensino superior é muito abaixo da média europeia e é necessário convergir, ultrapassar esta tendência de decréscimo do orçamento de estado”, vincou.

Sem sentir uma “política integrada de estimulo ao estudar no interior”, Fontaínhas Fernandes lembra “casos pontuais”, como o programa de bolsas ‘+Superior’ ou o corte de vagas públicas nos dois grandes centros urbanos mas defende uma “estratégia de diferenciação” de cada instituição.

Esta diferenciação é algo que demora tempo a percorrer e é um percurso que tem de ser feito a médio/longo prazo, explicou.

“Importa seguir este caminho que estamos a fazer sem qualquer incentivo financeiro”, acrescentou.



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