A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a organizar o ano letivo 2020/2021 prevendo uma solução mista de ensino, mas maximizando a atividade presencial por a considerar essencial para o desenvolvimento dos estudantes.
O vice-reitor para a área do Ensino, José Luís Mourão, disse à agência Lusa que a academia, localizada em Vila Real, preparou o próximo ano letivo com base em três cenários.
No cenário considerado o mais provável, que é aquele em que a covid-19 está presente mas os riscos estão controlados, haverá uma solução mista de ensino presencial e à distância, sendo o “presencial maioritário”.
De acordo com o responsável, o ensino à distância está previsto sobretudo nos casos em que a dimensão das turmas e a disponibilidade de salas não permitem garantir as normas de segurança sanitária no ensino presencial.
Nesta solução mista, a UTAD pretende maximizar o peso das aulas presenciais por ano curricular de cada curso, organizar o funcionamento das atividades letivas em dois turnos, entre as 08:30 e as 13:30 e entre as 14:00 e as 20:00, criando horários desfasados entre anos letivos e turmas, reduzindo a concentração dos alunos, dos professores e do pessoal não docente nas instalações, na utilização das cantinas e nas deslocações de e para a universidade.
Serão ainda concentradas as aulas de cada ano letivo e turma na semana, de modo a reduzir o número de vezes que os alunos se deslocam à academia, ao longo da semana.
As aulas de ensino presencial com número de estudantes superior à lotação da sala serão transmitidas em simultâneo por videoconferência e, caso os docentes das unidades curriculares pertençam a um grupo de risco, pode ser atribuída a unidade curricular a outro docente ou realizado o ensino à distância.
Se se verificar um agravamento da pandemia as atividades letivas decorrerão maioritariamente em regime à distância e, caso a situação de pandemia se resolva, a atividade letiva será em regime presencial. No entanto, a academia considera estes cenários como improváveis.
“Em qualquer um dos cenários a situação da pandemia será avaliada sistematicamente e implementadas medidas de forma a garantir a segurança de todos os estudantes e colaboradores, consoante as recomendações que venham a ser emanadas pelas autoridades de saúde pública”, frisou o vice-reitor.
Nas residências universitárias vai ser garantida uma distância lateral mínima de dois metros entre camas em quartos com mais do que um estudante, redefinida a lotação máxima dos espaços comuns e condicionada a realização de convívios.
Em resultado das medidas, o número de camas disponíveis foi reduzido de 532 para 358.
O responsável disse que para compensar esta redução, os serviços sociais da UTAD procuram realizar contratos privilegiados com outras entidades de modo a garantir aos estudantes alojamento com rendas acessíveis.
José Luís Mourão referiu ainda que os “estudantes bolseiros sem lugar nas residências têm direito a um complemento de bolsa de estudos até 175 euros”.
Em todos os espaços comuns da academia transmontana será reforçada a higienização e obrigatório o uso de máscara.
O vice-reitor disse ainda que a UTAD definiu orientações para os estudantes de mobilidade, considerando que os provenientes de países europeus (espaço Schengen e países Erasmus) “são bem-vindos em 2020/2021”, no entanto, foi recomendado às instituições de origem que adiem a mobilidade para o segundo semestre (a partir de fevereiro), para que os estudantes possam desfrutar de uma experiência mais completa, já que a presença de estudantes no campus será mais restrita do que o normal.
Dados os maiores riscos da mobilidade para as instituições de países não europeus, a UTAD suspendeu a mobilidade internacional de entrada e saída no primeiro semestre de 2020/2021 e mostrou disponibilidade para receber os estudantes durante o segundo semestre.
José Luís Mourão disse que se verificou “uma diminuição do número das candidaturas para a mobilidade em 2020/2021, em particular para o primeiro semestre, e o aumento de desistências nas candidaturas já aceites pela UTAD”.
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