Comunicações e multimédia, engenharia de energias, teatro e artes performativas, ciência alimentar e saúde, silvicultura, fisioterapia e ciências bio-médica são as novas licenciaturas da Universidade de Vila Real (UVR) que poderão funcionar já no próximo ano lectivo, caso obtenham o aval do Ministério da Ciência e Ensino Superior.
A aposta nas áreas da saúde e das novas tecnologias deve-se ao facto destas continuarem a ter saídas profissionais no mercado de trabalho.
Segundo o reitor da UVR, Armando Mascarenhas, as licenciaturas em engenharia de energias e silvicultura \"visam complementar formação em áreas onde se tem registado uma baixa procura\", como é o caso de engenharia florestal. A silvicultura, tratando-se de uma área específica, tornará também a especialização \"muito mais específica\".
A área do teatro, que Armando Mascarenhas considera \"de extrema importância\", será \"beneficiada\" com a conclusão do teatro municipal. O reitor espera que esta nova aposta \"traga mais cultura para a nossa região\".
Por sua vez, os cursos de fisioterapia e ciências biomédicas serão coordenados em conjunto pela UVR e pelo Centro Hospitalar de Vila Real/Régua.
Serão abertas 30 vagas para todas as licenciaturas, excepto a de teatro, que se ficará pelos 20.
Além disso, a UVR já se manifestou, em Senado, contra o aumento das propinas proposto pelo Governo. Segundo Armando Mascarenhas, esta posição foi tomada devido a três factores: a constitucionalidade - porque \"está na Lei que o ensino superior é progressivamente gratuito\"; os custos de formação - que \"têm de ser tidos em conta e estão cada vez mais pesados para as famílias portuguesas\" - e a \"tendência para a diminuição do número de alunos que procuram a UVR, não se podendo, por isso, dificultar a sua entrada com o aumento de propinas\".
A UVR tem, neste momento, cerca de 6900 alunos, a grande maioria vindos de outros pontos do país. Na opinião do reitor, o aumento das propinas, que \"é de natureza política\", não irá alterar o facto da entrada de alunos na UVR ter vindo a descer nos últimos anos, \"pelo contrário, complicaria ainda mais a situação\".
Armando Mascarenhas quer agora conhecer a posição das outras universidades do país. Depois irá mostrar ao ministro da Ciência e Ensino Superior o descontentamento da UVR quanto a um possível aumento das propinas.