A aldeia transmontana de Vale Pradinhos, em Macedo de Cavaleiros, volta a servir no sábado “a maior açorda de cogumelos do mundo”, numa iniciativa que, há vários anos, anima a população a partir deste abundante recurso natural.
Em 2020, a pandemia de covid-19 não deixou ir aos cogumelos, nem fazer a açorda como acontecia desde há quase uma década e como voltará a fazer-se, no sábado, durante todo o dia, pela mão da Associação Cultural, Desportivo e Recreativa de Vale Pradinhos, com ida para o campo, refeições, convívio e jornadas técnicas micológicas.
O ponto alto desta Jornada Micológica de Vale Pradinhos será os cerca de cem quilos de açorda de cogumelos, confecionada em potes ao lume, para distribuir pelos entre 150 a 200 participantes que a organização espera, como disse à Lusa Carlos Ventura.
Carlos Ventura é biólogo e dedica-se à área da micologia, e foi ele e um grupo de amigos que decidiram avançar com uma iniciativa em torno deste recurso abundante de Trás-os-Montes, que são os cogumelos silvestres, e lançaram o repto às pessoas da aldeia.
“A maior açorda de cogumelos do mundo” continua sem pretensões de chegar ao livro dos recordes, segundo a organização, que faz do repasto um atrativo, a partir do resultado da apanha que marca o início da jornada que tem como o único propósito animar a envelhecida aldeia transmontana.
“A ideia é criar uma ligação entre o meio rural e urbano e, sobretudo, dar a conhecer o meio rural”, segundo Carlos Ventura, que vai conduzir uma palestra sobre as tradições ligadas aos cogumelos incluída nas jornadas técnicas em que outro estudioso, Gravito Henriques, falará dos perigos de algumas espécies.
A participação é de inscrição obrigatória e a organização espera, como nas edições anteriores, gente da região de outras zonas do país e estrangeiros.
Como os promotores têm vindo a realçar nos anos anteriores, o único recorde ambicionado de ano para ano é “a alegria” dos cerca de 50 residentes da aldeia, a maioria idosos, que neste dia têm a oportunidade de conviver com mais novos e gente de outras paragens.