Fotógrafos profissionais viajam na Linha do Tua no dia 20 para registarem a última Primavera «intacta» do vale do rio Tua, ameaçado pela construção de uma barragem, anunciou hoje fonte da iniciativa.

A «fo[Tua]grafia» é promovida pelo Núcleo de Estudos para a Protecção Ambiental (NEPA) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em colaboração com a núcleo de Vila Real da Quercus e da Coordenadora de afectados pelas Grandes Barragens e Transvases (Coagret).

Joaquim Silva, dirigente do NEPA, referiu que a iniciativa pretende resgatar «as magníficas paisagens» do Tua, devido ao eminente encerramento da linha e a consequente inacessibilidade e intenção clara de destruição do vale.

O principal «inimigo» do vale do Tua é, segundo os ambientalistas, a barragem prevista para a foz do rio, cuja construção foi recentemente adjudicada à EDP.

Segundo a organização, as gargantas apertadas que caracterizam o vale do Tua, «proporcionam paisagens e condições hídricas óptimas para o usufruto da canoagem e disciplinas associadas» e a linha de caminho de ferro, com 120 anos de vida e considerada uma das mais belas da Europa, «serve de forma perfeita a acessibilidade para as actividades de descoberta do vale».

O programa da actividade estará dependente da reabertura da circulação na Linha do Tua, suspenso na quinta-feira entre a Brunheda e o Tua devido a um deslizamento de terras que atingiu uma Dresin (automotora) durante uma inspecção de segurança da linha.

Se, no dia 20, a circulação neste troço se mantiver suspensa, Joaquim Silva diz que a viajem de comboio se poderá efectuar entre as estações de Mirandela e Brunheda, concluindo o resto do trajecto até à estação do Tua de automóvel.

A «fo[Tua]grafia» surge na sequência da iniciativa «Por Linhas Travessas», um ciclo de percursos pedestres, ferroviários e fluviais que pretende dar a conhecer a região de Trás-os-Montes e Alto Douro através das linhas de caminho de ferro.



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