O presidente da União das Adegas da Região Demarcada do Douro (UNIDOURO) queixou-se esta quarta-feira da escassez de aguardente vínica necessária para a produção de vinho do Porto e da \"brutalidade\" do preço que duplicou em dois anos.
Segundo Ilídio Santos, líder da UNIDOURO, o preço por litro de aguardente \"já passa os três euros\", o que considerou uma \"brutalidade\". \"Em dois anos, passou para o dobro do preço\", salientou.
Este é um ingrediente indispensável para a elaboração de vinho do Porto. Cada pipa de 550 litros de generoso pode levar entre os 65 e os 120 litros de aguardente.
O conselho inter-profissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixou em 96500 o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).
Ilídio Santos referiu que o aumento do preço da aguardente se deve a factores como a quebra de produção de vinho em Portugal e Espanha, o fim das ajudas comunitárias à destilação de vinhos para o fabrico de aguardente vínica e ao aumento da procura por parte de países como a Rússia.
Em resultado, verificou-se também uma dificuldade por parte de alguns produtores em encontrar e adquirir aguardente nesta vindima.
O aumento do preço deste produto repercute-se num acréscimo dos custos de produção para estas cooperativas durienses, grande parte das quais atravessa graves problemas financeiros.
Só que, segundo o responsável, as adegas não conseguem elevar o preço de venda do vinho para compensar os custos de laboração. A maior parte das cooperativas durienses vende o vinho do Porto a granel para as casas exportadoras.