O Nordeste Transmontano vai receber investimentos na ordem de 1,4 milhões de euros em projetos impulsionados pelo programa Valorizar para criar nova oferta turística e reforçar a existente, foi ontem anunciado.
A região fronteiriça viu contemplados com financiamento do programa do Turismo quatro projetos que envolvem municípios dos dois lados da raia e que assinaram ontem, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, os contratos que garantem um financiamento global de 827 mil euros aos quase 1,4 milhões de euros de investimento previsto.
Os quatro projetos propõem-se dotar a região de condições para a travessia em bicicleta do Douro Internacional e Vinhateiro, criar oficinas para os turistas experimentarem fazer o que é tradicional, reforçar uma rede transfronteiriça de estações para autocaravanas e melhorar as condições de visitação de geossítios.
O projeto da “Grande Travessia do Douro Internacional e Vinhateiro” é um dos contemplados e tem como promotores sete municípios do Douro Superior que querem criar 275 quilómetros de vias, com centros de apoio, para explorar o rio de bicicleta.
Os percursos terão etapas em cada um dos concelhos, que vão investir um total de 427 mil euros neste projeto.
Ao longo da fronteira entre Portugal e Espanha nasce outro projeto que com 462 mil euros pretende criar do lado português 14 estações de serviço para autocaravanas e plataformas de bicicletas elétricas para unir às 23 que já existem do lado espanhol.
Com este projeto denominado “RaiaNorte”, o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero/Douro, constituído por 215 entidades dos dois lados da raia, ambiciona criar a maior rota de autocaravanas da Europa para apoio aos turistas que optam por esta solução.
A Rota Saber Fazer na Terra Quente Transmontana é outro dos projetos financiados pelo Valorizar que a Associação de Municípios da Terra Quente planeou para dar resposta à falta de atividades que ocupem e mantenham os visitantes no território.
Com os detentores do saber fazer, nomeadamente artesãos e agricultores locais, o projeto propõe-se investir 199 mil euros para uma rota com oficinas de saberes artesanais para os turistas experimentarem fazer o que é regional e tradicional.
Também na Terra Quente Transmontana, o Geopark Terras de Cavaleiros, que faz parte da rede mundial de geoparques da UNESCO, vai fazer intervenções em três dos mais emblemáticos dos 42 geossítios para melhorar as condições de visitação.
O investimento previsto é de 274 mil euros e contempla o geossítio dos três montes, em Morais, que testemunham a existência de dois antigos continentes e um oceano, na região onde não há mar, mas a geologia permite caminhar sobre crusta oceânica.
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, presidiu à cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento e considerou que este programa, o Valorizar, que se destina a apoiar projetos turísticos em zonas de baixa densidade populacional assume este ano especial relevância pois são estes territórios que estão a liderar a procura turística da segurança face à pandemia covid-19.
Desde que foi lançado, o programa Valorizar já financiou em todo o país 750 projetos com mais de 100 milhões de euros, segundo a secretária de Estado que afirmou que tudo fará “para abrir até ao final do ano um novo concurso” para mais candidaturas.