Três enfermeiras começam ontem a fazer o rastreio à tuberculose na Escola EB 2,3 e Secundária de Alijó onde, desde Março, foram detectados seis casos da doença.
A acção de rastreio tinha sido anunciada na semana passada pelo director dos serviços de saúde de Vila Real, João Mocho.
O rastreio vai ser feito com recurso à única unidade de radiorastreio existente na região Norte, que vai ser deslocada para a Escola EB 2,3 e Secundária de Alijó.
Naquele estabelecimento de ensino foram detectados seis casos de tuberculose desde Março, atingindo cinco alunos e uma professora, a única que se encontra internada no hospital mas apenas por uma necessidade de diagnóstico.
Entre os alunos registaram-se casos de tuberculose pulmonar, pleural e ganglionar, suspeitando-se, de acordo com o responsável, que a origem da doença possa ser a mesma para todos os casos.
Segundo João Mocho, no total, vão ser rastreadas 930 pessoas entre alunos, professores e funcionários daquele estabelecimento de ensino.
Entre 26 e 28 de Setembro já foram rastreados os alunos, professores e funcionários que contactaram mais de perto com os infectados.
O responsável acrescentou que todos os rastreios já efectuados deram resultados negativos e que foram identificadas 18 pessoas que estiveram em contacto com o vírus estando, por isso, a receber tratamento preventivo.
O concelho de Alijó tem cerca de 13.700 habitantes e os três casos de tuberculose que ocorrem em média por ano no concelho representam um incidência da doença de 22 casos por cada 100 mil habitantes, de acordo com dados do departamento de Saúde Pública do distrito.
João Mocho referiu que a taxa de incidência da tuberculose no distrito de Vila Real é de 28 por cada 100 mil habitantes e lembrou que, em 1982, esse valor era de 73 por cada 100 mil habitantes.
A transmissão do Mycobacterium tuberculosis (Mt), bacilo causador da tuberculose, ocorre por inalação de gotículas infectadas expelidas por pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea quando espirram, tossem ou falam.
O risco de transmissão depende de um conjunto de factores como as características do doente, o tempo de exposição e as características da pessoa exposta.
Em ambientes bem ventilados e com boa exposição solar, os bacilos expelidos pelos doentes dispersam-se rapidamente e são destruídos.