Autarcas e empresários da região transfronteiriça das Arribas do Douro querem ver incluída na agenda da próxima Cimeira Ibérica a discussão do projecto de construção de uma ponte entre Ventoselo e Mazueco (Espanha).

Para o efeito foi elaborada uma missiva que será entregue no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações português e ao seu congénere espanhol. Aquela travessia é ambicionada há mais de uma década pela população raiana, no entanto ainda não obteve respostas do Governo português.

Na opinião de João Henriques, vice-presidente do município de Mogadouro, um dos signatários do documento, \"para os espanhóis da raia que se queiram deslocar para a Galiza, esta travessia pode constituir uma mais-valia, já que o tempo de viagem vai encurtar e, ao mesmo tempo, permitirá uma maior interligação entre muitas localidades junto à fronteira luso-espanhola.

\"Esta ligação com o concelho de Mogadouro e vizinhos é fundamental para o comércio e indústria da região. Não faz sentidos continuarmos separados apenas por um curso de água com uns escassos metros de largura\", frisou o autarca.

Na óptica de Barnabé Cascon, secretário-geral da Confederação de Empresários da província de Salamanca, \"é importante apoiar medidas de desenvolvimento para esta região fronteiriça\".

\" Dentro do organismo que represento, tentamos sempre apoiar todas as medidas que surjam no âmbito do desenvolvimento transfronteiriço. Temos a certeza de que os custos com a construção da ponte serão menores em relação aos benefícios que poderá trazer\", frisou aquele responsável.

\"Há 10 anos que apoiamos a construção da ponte internacional. Temos estado na linha da frente, é importante criar intercâmbio comercial entre os dois lados da fronteira, já que, só por si, são regiões desfavorecidas\", opinou Horácio Sá, presidente da Associação Comercial de Mogadouro.

Por seu lado, Santiago Hernadez, alcaide de Aldeia de Ávila, garante que não pode haver cooperação transfronteiriça \"se não houver acessibilidades\".

\"A título de exemplo, uma viagem entre Mogadouro e Aldeia de Ávila demora cerca de uma 1.15 horas, mas se houvesse a ponte, não demoraria mais de 20 minutos\", reparou o autarca castelhano. José Vicente, representante da Associação Ibérica Puente, exprime que a decisão de enviar a missiva aos dois governos ibéricos \"é mais uma forma de luta que sirva para alertar as consciências dos governantes da Península Ibérica\".

\" Do lado espanhol, garanto que é possível construir a ponte, no entanto a responsabilidade será do governo regional de Castela e Leão, já que se trata de uma estrada autónoma. Do lado português, nunca tivemos uma resposta\", concluiu aquele responsável.

Recorde-se que no início do ano, e no decurso da cimeira ibérica que decorreu na cidade espanhola de Zamora, aqueles responsáveis locais promoveram mesmo uma manifestação pró- -ponte, mas o assunto acabaria por passar ao lado dos temas em agenda.



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