A Comissão Distrital de Bragança do PCP deu já início ao trabalho de formação da sua lista de candidatos a deputados pela CDU, nas próximas eleições legislativas antecipadas, pelo círculo eleitoral do distrito. Este trabalho teve como ponto de arranque a reunião realizada pela comissão no passado dia 12, que teve também como objectivo a análise dos resultados autárquicos no distrito.
Convictos de que, no que concerne a este último sufrágio, a CDU e os que nela participaram "demonstraram que há uma alternativa ao PS e ao PSD" no distrito, tendo a coligação de esquerda mantido os deputados nas assembleias municipais de Bragança e Mirandela e elegendo ainda um novo deputado em Vinhais e outros em várias assembleias de freguesia, os comunistas propõem-se agora apresentar "uma lista de candidatos credíveis" que deverão constituir, defendem, uma "verdadeira alternativa à velha e estafada alternância do PS e do PSD", que, acrescentam, "nada de novo têm para oferecer à população do nordeste transmontano".
Os representantes da esquerda no distrito não deixaram também de se referir aos "falsos salvadores, sejam eles Armandos Varas ou Duartes Limas", e aos "efeitos perversos das suas promessas eleitorais" como sendo "suficientemente bem conhecidas" da população.
Apesar da CDU nunca ter tido deputados eleitos na Assembleia da República pelo círculo de Bragança, este distrito é objecto de uma ligação permanente àquele órgão através de um deputado eleito por outro distrito. Actualmente, em Bragança, esse papel de ligação é assumido por Margarida Botelho, sendo o distrito de Vila Real acompanhado por Agostinho Lopes.
No caso de Bragança, só no último ano, a deputada Margarida Botelho, actual presidente da Comissão para a Igualdade na Assembleia da República, empreendeu cerca de uma dezena de visitas ao distrito e apresentou mais de meia centena de requerimentos no âmbito de áreas tão diversas como a cultura, os transportes, a saúde, a educação e a agricultura, e tocando instituições tão polémicas neste último período como o Parque Natural de Montesinho e a EDP, e outras matérias específicas como o programa Bragança Polis e a Universidade de Bragança. Mas, a pensar nos "interesses" do distrito, a deputada apresentou ainda 15 propostas de alteração ao Piddac/2002, onde se previa o investimento de mais 2,2 milhões de contos. Destas, apenas uma foi aprovada, tendo as restantes sido "rejeitadas pelo PS", como afirmou ao DTOM José Brinquete, da comissão distrital.
