O partido ecologista Os Verdes está a levar a cabo por todo o país uma campanha \"contra a privatização da água\", denominada \"a água é um bem público, não é uma mercadoria\". A iniciativa passou por Vila Real, na passada segunda-feira, onde Celso Ferreira, membro deste partido, defendeu que \"a privatização do sector sujeitará a água à lógica do mercado, à semelhança do que tem acontecido noutros países, onde se verificou a perda clara da qualidade da água, a subida elevada de preços e a exploração excessiva do recurso\".
Sendo a empresa Águas de Trás-os-Montes privada, \"terá como lógica de mercado e objectivo o lucro, e não a satisfação das necessidades da população, prejudicando os pequenos consumidores e os domésticos e favorecendo os que consomem mais água\", afirmou Celso Ferreira. Os Verdes acreditam também que \"quem dominar o sector da água deterá um poder político e económico demasiado forte e determinará modelos desenvolvidos a seu favor, doa a quem doer\".
Na opinião deste partido, a população deve estar consciente das consequências da privatização, \"tendo em conta exemplos como o da EDP, em que a cada passo assistíamos a campanhas de sensibilização para que o consumo fosse feito de uma forma consciente e, quando foi privatizada, o que passámos a ver é que quanto mais energia as pessoas gastarem tanto melhor para a empresa\". Neste aspecto, os Verdes apontam para o \"importante\" papel que as autarquias podem vir a ter.
\"A concretizarem-se as intenções do Governo, as populações serão as primeiras a sofrer, e se tivermos em atenção que as percentagens de saneamento básico e da rede de fornecimento de água pública, a nível nacional, são muito reduzidas, as pessoas nada terão a ganhar com essa privatização\", acrescentou Celso Ferreira, concluindo que \"em nome de uma gestão racional, a água virou uma mercadoria, fonte de lucros fáceis para alguns, em prejuízo do seu valor ambiental, social e do seu papel estratégico na promoção de um desenvolvimento sustentável\".