Marcada pelo STCDE para, entre outros protestos, reivindicar a urgente aplicação do estatuto do pessoal do serviço externo do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), aprovado há mais de um ano, a paralisação é quase total nos EUA, com todos consulados encerrados, à excepção do de Nova Bedford.
Segundo dados do STCDE, no que respeita ao Canadá, só em Otava há conhecimento de dois funcionários em serviço, para além dos que ficaram isentos do cumprimento de greve, devido à visita que o Presidente da República, Jorge Sampaio, efectua àquele país.
Na Venezuela, o consulado de Portugal em Caracas está encerrado ao público, apesar de registar quatro trabalhadores a operar, enquanto o de Valência, no mesmo país, abriu o atendimento, com dois funcionários que não aderiram à greve.
No Brasil, a paralisação atinge praticamente os 100 por cento, com o encerramento dos serviços consulares no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, faltando ainda apurar os valores da greve nos consulados de Salvador e de Santos.
Nas representações diplomáticas portuguesas na Bélgica, Espanha, França (aqui com excepção de Reims), Holanda, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça e nos serviços em Estrasburgo (junto do Conselho da Europa), a adesão foi total.
A paralisação atingiu igualmente os 100 por cento em Angola, África do Sul, Moçambique e no Consulado Geral de Portugal em Macau.
Também o pessoal do quadro externo do MNE, em serviço na Embaixada de Portugal em Telavive, Israel, aderiu totalmente à greve.
Em, Moscovo, Berlim, Madrid e na missão portuguesa junto do Vaticano não houve greve. Uma situação semelhante a Sidney, Austrália, onde a greve decretada para hoje não foi praticada pelos trabalhadores consulares por não terem recebido qualquer comunicação do sindicato a decretar a paralisação.
A adesão estimada pelo STCDE ao fim da manhã de hoje, com base nos dados registados na Europa e Ásia, era de praticamente 100 por cento, estimando-se agora nos 80 por cento.
Afirmando-se "alheia à paralisação", a secretaria de Estado das Comunidades, que tutela os consulados, escusou-se a comentar os valores de adesão à greve.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros não fez quaisquer comentários sobre a greve. O MNE revelou, no entanto, que o diploma de aplicação do estatuto do pessoal de serviço externo do MNE, na base da greve de hoje, está tecnicamente pronto, aguardando apenas a sua aprovação em Conselho de Ministros.
Os funcionários consulares reivindicam a urgente aplicação do estatuto profissional, que já foi publicado há mais de um ano e que permite o preenchimento dos quadros de pessoal. Reivindicam também a integração na ADSE (sistema de Assistência na Doença aos Servidores do Estado) e, entre outras regalias, a concessão de Segurança Social aos contratados que não beneficiem da previdência do país onde estão a trabalhar.
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