A prevalência da diabetes na população de Bragança é de quase o triplo da média nacional, de acordo com um estudo apresentado hoje, que revela ainda que o número de mulheres com a doença é superior ao dos homens.
De acordo com Augusta Mata, a directora do curso de pós licenciatura de especialização em Enfermagem Comunitária, nesta região ocorre o contrário da regra geral do país, em que são os homens os mais afectados.
Ao todo foram realizadas 1651 entrevistas a utentes com mais de 18 anos e detectada uma taxa de 32% de prevalência da diabetes, «o que é muito elevado relativamente ao panorama nacional», afirma Mata, já que a média nacional ronda os 12,7%.
Ressalva que «os dados foram recolhidos a nível dos centros de saúde onde as pessoas que mais recorrem são já portadoras de doença» e sugere que o estudo sirva agora para um trabalho mais aprofundado junto da população local.
O estudo vai para já garantir que «as pessoas abrangidas serão referenciadas para uma vigilância mais apurada», garantiu.
Os dados indicam ainda que quer a prevalência quer o risco são maiores nas pessoas com idade superior a 45 anos.
«Apenas um pequeno percentual da nossa amostra, 19, 5 por cento, é que tem baixo risco», indicou.
As conclusões atribuem esta realidade a antecedentes familiares da doença, a hereditariedade, maus hábitos alimentares e falta de exercício físico.
Para a responsável por este trabalho, os resultados «implicam que haja uma actuação em termos de prevenção da saúde, com estratégias de promoção, e também estratégias de prevenção primária da doença».
O estudo foi realizado em sete das unidades pertencentes ao Agrupamento de centros de Saúde (ACES) Nordeste, nomeadamente Bragança, Miranda do Douro, Vimioso, Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Freixo de Espada à Cinta e Mirandela.