A relação de enriquecimento entre a língua portuguesa e os crioulos é o tema central do VII Colóquio Anual da Lusofonia, que decorre entre hoje e domingo em Bragança.
O colóquio vai dedicar especial atenção à influência dos crioulos na língua portuguesa e vice-versa, uma área que está «muito pouco estudada», disse à Lusa o presidente da comissão executiva deste encontro, Chrys Chrystello.
Na sessão de abertura participam membros da Academia de Ciências de Lisboa (Adriano Moreira, Malaca Casteleiro e Artur Anselmo), da Academia Brasileira de Letras (Evanildo Bechara) e da Academia Galega da Língua Portuguesa, além do embaixador de Cabo Verde em Lisboa (Arnaldo Andrade Ramos), do escritor e artista moçambicano João Craveirinha e de especialistas em crioulos como a professora Dulce Pereira.
O acordo ortográfico estabelecido entre os países lusófonos é outro assunto em destaque no colóquio, onde serão analisados algumas das implicações práticas da sua entrada em vigor.
«Só para dar um exemplo, o maior corrector ortográfico de língua portuguesa ainda não sabe quando terá uma nova versão que já contemple as alterações impostas pelo acordo ortográfico», salientou Chrys Chrystello.
Nos trabalhos do encontro destaca-se ainda uma análise sobre vários problemas relacionados com a tradução, nomeadamente o seu ensino, as inovações tecnológicas e as implicações do acordo ortográfico.
O programa inclui ainda homenagens a Vitorino Nemésio e ao Padre António Vieira, que, segundo o principal responsável pela organização do evento, \"são duas figuras muito importantes da língua portuguesa que estão muito esquecidas\".
Recitais de música e poesia, exposições, mostras de livros e sessões de autógrafos integram também o programa do colóquio, durante o qual será atribuído o II Prémio Literário da Lusofonia.
No final dos trabalhos os participantes no encontro seguem para Santiago de Compostela, onde participam, na próxima segunda-feira, no primeiro acto oficial da Academia Galega da Língua Portuguesa.