«O património cultural de um povo não nasce por geração espontânea\". Foi desta forma que o vereador da cultura da Câmara Municipal de Vila Real, Pedro Ramos, deu início a mais um encontro \"Saber Trás-os-Montes\". Segundo ele, \"o património cultural é a mais segura consequência do auge de um povo ou de uma região. Uma vez conseguido esse tesouro, é a mais sublime garantia e poderoso instrumento de relação, promoção, desenvolvimento, convivência e gozo\".
O encontro \"Saber Trás-os-Montes surgiu no ano de 1995. Inicialmente não era seleccionado um tema específico. Cada orador apresentava um tema à sua escolha. Mas a partir de 1997 passou a haver um tema específico, no qual os oradores se baseiam. Este ano, o tema escolhido foi \"amor, sexo e casamento\". E foi sobre ele que os oradores convidados (Vítor Lousada, Pinelo Tiza, Alexandre Parafita, Fidalgo Santamariña, Silva Marques, Barroso da Fonte, António Rodriguez Colmenero, José Carlos Pinto da Costa e Helder Machado) se debruçaram.
\"Estamos seguros que o nosso esforço é hoje reconhecido no panorama dos estudos etnográficos da região, quer pelo número e qualidade de comunicações apresentadas, quer pelo tipo de debate proporcionado aos participantes\", afirma Pedro Ramos.
Este ano, o encontro teve a particularidade de passar da sala de conferências para o terreno, com a realização em Gondães, no concelho de Vila Real, de um casamento tradicional que envolveu toda a população local e \"chamou\" àquela pequena localidade diversos cu-riosos e interessados em reviver culturas passadas.
No final de cada encontro é feito um seu registo escrito, que é publicado na revista \"Tellus\". Este ano, a revista, que já vai no número 37, é dedicada ao tema do VII Encontro \"Saber Trás-os-Montes\", realizado no ano passado: \"Coisas do outro mundo, o sobrenatural e o maravilhoso\". Desta forma, o encontro \"não se fica apenas na audição das palavras e imagens proferidas e apresentadas por estudiosos\", explica o vereador da cultura da autarquia vila-realense, acrescentando que se trata de \"uma viva realidade, repositório poliédrico da afirmação e defesa do nosso património cultural\".
