Dos cinco concelhos da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, Vila Flor foi o único que não vai apresentar em tribunal uma providência cautelar contra o encerramento da maternidade de Mirandela. Apenas as câmaras de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros e Mirandela o fizeram. Estas quatro são lideradas por autarcas sociais-democratas, enquanto a Câmara de Vila Flor tem à frente um socialista.

\"Trata-se de um problema político, que, a ser resolvido em tribunal, é suficiente a providência cautelar da Câmara de Mirandela\", justifica o autarca de Vila Flor, Artur Pimentel. E é talvez por não se juntar aos seus homólogos sociais-democratas que Artur Pimentel diz estar em \"situação privilegiada\" para que não se fechem totalmente as portas do Governo.

\"A Câmara de Vila Flor será uma ponte de diálogo, que a não existir seria muito mau\", adianta, sustentando que a região \"não pode estar de costas voltadas para o Governo\". \"Por isso, é bom para todos nós que a Câmara de Vila Flor saia desse comboio\", argumenta Artur Pimentel. No entanto, e para afastar a ideia de que Vila Flor se alheia dos problemas que afligem os municípios a que está associado, o autarca lembraque participou numa manifestação em Mirandela a favor da manutenção das duas maternidades do distrito de Bragança. E remata \"Este não é o momento oportuno para o fecho de qualquer maternidade\".

Entretanto, ontem, o presidente da Câmara de Mirandela ameaçou proceder criminalmente contra o Ministério da Saúde se a maternidade local encerrar segunda-feira, contrariando os efeitos suspensivos da providência cautelar apresentada no Tribunal Administrativo.

Em delclarações à Lusa o autarca social-democrata, José Silvano, afirmou que a providência cautelar, que entregou ontem de manhã, suspende a decisão do Ministério da Saúde, o que obriga a manter o serviço em funcionamento até decisão judicial em contrário..



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