A Assembleia Municipal de Vila Pouca de Aguiar aprovou, por unanimidade, uma moção em defesa da reposição da ponte pedonal de arame que será afetada pelo enchimento da barragem do Alto Tâmega.

Através da moção, proposta pelo PSD e votada favoravelmente pelos deputados do PS, a Assembleia Municipal exige, “com a intervenção direta da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que a Iberdrola e o Governo Português cumpram a sua obrigação de relocalizar a ponte de arame de modo a evitar que as populações locais percam a sua única e fundamental ligação pedonal entre Monteiros (Vila Pouca de Aguiar) e Veral (Boticas)”.

E reclama também que seja definido “um prazo para o início e a conclusão dessa obra, que deverá necessariamente ocorrer antes da remoção da atual ponte de arame”, prevista “até meados do ano de 2024”.

A moção será enviada para o Presidente da República, primeiro-ministro e vários ministros do Governo, APA, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, entre outros.

As populações e autarcas do distrito de Vila Real reivindicam há vários anos a reposição da ponte pedonal sobre o rio Tâmega, que liga as aldeias de Veral e Monteiros e que vai ser retirada devido à construção da barragem do Alto Tâmega, inserida no Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), concessionado à espanhola Iberdrola.

A população promoveu um abaixo-assinado e manifestações em defesa da ligação entre as duas margens do rio Tâmega e alega que, sem a ponte, fica sem ligação aos terrenos agrícolas e que a alternativa rodoviária representa uma distância de cerca de 50 quilómetros.

Na moção, a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que a “reposição da ponte de arame é uma obrigação da Iberdrola e do Governo Português, pelo que da inação por parte das autoridades governamentais competentes poderá resultar a perda irreparável dessa ponte, enquanto um património histórico e cultural da região e uma importante ligação entre aquelas duas comunidades”.

“Apesar da ponte de arame ter uso exclusivamente pedonal e o acesso ser feito em terra batida, a mesma é, para as populações locais, um meio imprescindível para a transposição mais rápida e curta sobre o Rio Tâmega”, refere ainda o texto.

E acrescenta que, “sem a atual infraestrutura, as alternativas existentes não são aceitáveis, pois implicam um tempo de deslocação sempre superior a uma hora e com recurso ao automóvel, o que, atendendo aos baixos recursos financeiros e à idade avançada das populações afetadas, tal solução não pode ser viabilizada”.

As Câmaras de Vila Pouca de Aguiar e de Boticas têm insistido junto da APA, da Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sistema Eletroprodutor do Tâmega, da Iberdrola e do Governo Português na necessidade de restabelecimento dos acessos afetados pelo projeto.

Inclusive, os municípios assumiram estar disponíveis para contribuir financeiramente com meio milhão de euros, em conjunto, para a reposição da ponte pedonal entre Monteiros e Veral.

No âmbito do SET falta apenas concluir a barragem do Alto Tâmega, estando já a produzir energia as de Daivões e Gouvães.



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