A Câmara de Vila Pouca de Aguiar anunciou hoje que pediu ao Governo a abertura "com urgência" de um novo concurso para a concessão da exploração mineira em Jales.

O presidente do município do distrito de Vila Real, Alberto Machado, indicou, em comunicado, que informou o Ministério da Economia sobre "o interesse de empresas de prospeção no território de Jales que poderá levar à criação de centenas de postos de trabalho".

Em 2016, a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) anunciou a "extinção por caducidade" do contrato de concessão atribuído em 2012, depois do consórcio ter falhado todos os prazos previstos.

A concessão da exploração e prospeção de ouro em Jales/Gralheira foi atribuída à firma canadiana Almada Mining, em consórcio com a portuguesa Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).

A área concedida foi de 1.540 hectares, distribuídos pelas freguesias de Vreia de Jales e Alfarela de Jales.

O autarca de Vila Pouca de Aguiar disse hoje que quer que o processo seja retomado "com urgência" e afirmou esperar que o "concurso que venha a ser aberto valorize os concorrentes que apresentem a instalação de unidades fabris desde a extração à produção de barras em ouro".

Este apelo, explicou, "vai de encontro à possibilidade de instalação de empresas em Jales que criem fábricas de inertes que reduzam massivamente os custos com a sua respetiva deslocação para mercados mais distantes".

Alberto Machado acredita que o futuro de Jales "passa por um projeto sustentável em que a complementaridade é uma peça importante num plano de desenvolvimento de uma mina de ouro em Jales/Gralheira".

A concessão das minas de Jales/Gralheira foi anunciada como um investimento que iria criar vários postos de trabalho em Vila Pouca de Aguiar e colocar este território no mapa das minas ativas de exploração de ouro.

No entanto, os anunciados investimentos, que ascenderiam a 66 milhões de euros, não foram consolidados e o consórcio apenas iniciou uma primeira fase das campanhas de sondagens de prospeção.

Em julho de 2013, duas sondas fizeram a prospeção de ouro em Jales e as previsões apontavam, na altura, para que uma mina entrasse em exploração "em três a quatro anos".

As minas de Jales fecharam na década de 90 depois de terem sido exploradas no âmbito de uma outra concessão. Estas foram as últimas minas de onde se extraiu ouro em Portugal.

No auge da exploração, chegaram a trabalhar nas minas à volta de mil trabalhadores que extraíam cerca de 30 quilos de ouro por mês.



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