O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar insistiu hoje "na urgente" resolução dos abatimentos junto às antigas minas de Jales, um “grave problema” que foi denunciado pela primeira vez há cinco anos.

A Câmara de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, informou o Estado português em abril de 2015 do primeiro abatimento em Campo de Jales, em novembro de 2019 interditou um troço de estrada e em janeiro a Assembleia Municipal aprovou uma moção a acusar a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) de “inércia”.

“E até agora nada foi feito”, afirmou o presidente do município, Alberto Machado.

O autarca informou hoje, em comunicado, que solicitou uma reunião urgente com o diretor da DGEG, da qual deu conhecimento ao Governo, através do secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, considerando que se trata de uma “derradeira tentativa” de solucionar “pela via graciosa” este “grave problema”.

“Dos abatimentos que se têm feito sentir, o que atualmente constitui mais constrangimentos é o que se verifica na estrada municipal 1121-1 que constitui a principal acessibilidade a várias aldeias do concelho”, apontou Alberto Machado.

O autarca considerou que a continuidade desta situação “é insustentável até porque não podem as populações continuar a suportar o pesado encargo da inércia das entidades competentes para solucionar o problema”.

Aquela estrada é a principal via de acesso a Campo de Jales, a Cidadelhe de Jales e Reboredo de Jales.

O autarca já disse, por várias vezes, que considera “preocupante não se saber o que está a causar os abatimentos, o que está no subsolo”.

A Lusa questionou hoje o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), que remeteu esclarecimentos para a DGEG, entidade que até ao momento ainda não deu resposta.

No entanto, em janeiro, fonte da DGEG disse acompanhar “assiduamente” a situação, em articulação com a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e com a câmara, e afirmou que a “matéria em causa insere-se no âmbito das competências da EDM, dado tratar-se de área concessionada sujeita ao regime jurídico de concessão do exercício da atividade de recuperação ambiental das áreas mineiras degradadas”.

Naquela mesma altura, o ministério disse que a EDM realizou “visitas regulares ao local”, com a presença da autarquia e da Proteção Civil municipal, para “monitorizar e verificar ‘in loco’ as condições de evolução, comportamento da subsidência” e acrescentou ainda que estava a ser preparado um “plano de intervenção”.

Em 2019, segundo o ministério, decorreram trabalhos de monitorização e o lançamento dos estudos e ensaios de suporte técnico.

A mina de ouro de Jales foi explorada desde o tempo dos romanos (século I). A exploração mais recente remonta ao século passado com a exploração do sistema filoniano da Gralheira (1929) e o filão de Campo (1933).

A atividade mineira desenvolveu-se ao longo de cerca de cinco quilómetros e atingiu os 600 metros de profundidade.

A exploração mineira do estado português terminou em 1992, tendo sido a última exploração de ouro em Portugal.



PARTILHAR:

Reabertura de feiras e mercados no Douro

Congida, Azibo e Mirandela com bandeiras azuis renovadas