Em conferência de imprensa, o candidato do CDS/PP à Câmara de Vila Real, Marcos Correia, acusou a autarquia so-cial-democrata de mandar retirar da via pública os cartazes e "outdoors" de propaganda política colocados esta semana pelo partido. O candidato popular anunciou que, por esse motivo, vai apresentar uma queixa contra a Câmara de Vila Real à Comissão Nacional de Eleições e ao Provedor de Justiça.
Segundo o político, a "ordem de retirada imediata dos meios publicitários foi dada pela Câmara", que, com o pretexto de que "a instalação danificava a via pública", terá solicitado a intervenção de três agentes da PSP de Vila Real. "Todo o nosso trabalho de início de campanha foi destruído", sublinhou.
Marcos Correia disse que a instalação dos cartazes por parte dos populares era "perfeitamente legal" e afirmou ser "vítima de perseguição política". O candidato acusou ainda o PSD e os autarcas social-democratas de estarem a usar factos do seu passado, nomeadamente o de ser um toxicodependente recuperado, para denegrirem a sua imagem perante os eleitores de Vila Real. "Cometi actos errados e já paguei por eles à sociedade, mas hoje levo a minha vida com êxito e determinação, pelo que considero que não devo continuar a ser julgado pelo passado", salientou.
O vereador social-democrata da Câmara de Vila Real, Pedro Ramos, desmentiu as acusações dos populares, admitindo no entanto que, após ter constatado a abertura de quatro buracos no passeio público, a autarquia procedeu ao seu encerramento. "No dia a seguir, deparámo-nos novamente com a abertura desses buracos e depois de se confirmar que os autores materiais eram do Partido Popular, ninguém obrigou a tapa-los novamente ou a retirar os "outdoors" já colocados", referiu.
Segundo o vereador, nos termos da actual legislação da propaganda gráfica, os partidos políticos não precisam de autorização para a colocação de cartazes ou "outdoors". Por isso, afirma, o CDS não foi, nem vai ser, notificado para retirar os cartazes".
O vereador acrescentou que a propaganda eleitoral apenas poderá ser retirada se "por força das obras que estão a ser executadas em Vila Real, houver necessidade de intervir, para o que a lei estipula uma excepção".
Pedro Ramos apelou ainda a todas as forças políticas de Vila Real para "tentarem não danificar os passeios e jardins públicos da cidade, ao colocarem ou removerem a sua propaganda política".
Viola Silva, comandante da PSP de Vila Real, confirmou que no início da semana recebeu uma queixa de "confrontos físicos entre algumas pessoas" por causa da colocação dos já referidos "outdoors" e referiu que os elementos da PSP se deslocaram ao local "apenas para evitar conflitos entre os intervenientes".
