A Câmara de Vila Real orçamentou 370 mil euros para a recuperação da pista do aeródromo municipal, que está encerrada aos aviões desde julho, disse hoje o presidente da autarquia.
O município anunciou em julho o encerramento do aeródromo municipal “por tempo indeterminado” à operação de aviões, depois de ter sido detetado "um perigo de abatimento na pista".
Em consequência do encerramento da pista aos aviões, já que os helicópteros continuam a poder aterrar, Vila Real deixou de ser paragem na carreira aérea que liga Bragança a Portimão (Faro), com passagem ainda em Viseu e Cascais (Lisboa), e os dois aviões médios anfíbios que ali estavam aparcados, no período crítico de incêndios, foram reposicionados.
Na revisão do orçamento de 2020 e das grandes opções do plano, aprovada por maioria na sexta-feira em Assembleia Municipal, foram inscritos 370 mil euros para o arranjo da pista do aeródromo.
“É uma obra prioritária, com o orçamento aprovado a qualquer momento poderemos lançar o concurso público”, afirmou o presidente socialista, Rui Santos.
Os 370 mil euros “são da responsabilidade da câmara municipal”, mas o autarca ressalvou que há “ainda a perspetiva de acrescentar a este valor algo de um acordo que está a ser ultimado com os ministérios das Infraestruturas e da Administração Interna”.
Rui Santos fez questão de lembrar o projeto de dois milhões de euros para o centro municipal de Proteção Civil, a construir na zona do aeródromo, e referiu ainda que estão a decorrer negociações para que Vila Real acolha o Comando Regional da Proteção Civil do Norte.
A revisão orçamental acrescentou mais 10 milhões de euros ao orçamento de 50 milhões de euros aprovado em dezembro.
“Com esta alteração orçamental, sem endividar a câmara, tendo pago 10 milhões de euros de dúvidas que herdamos, conseguiremos concretizar este programa de obras que transformará e virará Vila Real para o futuro”, afirmou Rui Santos.
O autarca elencou “um conjunto enorme de obras que resultam do compromisso eleitoral para com os vila-realenses e que este ano terão condições financeiras para avançarem”.
Entre elas destacou a requalificação da avenida Carvalho Araújo, a reabilitação das envolventes do tribunal e do hospital de Vila Real, a construção da loja do cidadão, a reabilitação do mercado, a elaboração dos projetos do novo comando da PSP e das piscinas municipais, a construção de novos parques de estacionamento gratuitos e o centro escolar de Lordelo.
O PSD votou contra a revisão do orçamento e o CDS absteve-se.
Vasco Amorim, deputado do PSD, criticou a direção política que a câmara está a tomar e considerou que “quase todos os projetos foram atrás do dinheiro e não das necessidades das pessoas”.
“Estão a dirigir o seu foco atrás do dinheiro que visa principalmente retirar estacionamento da cidade que nós precisamos muito”, afirmou.
Vasco Amorim refutou a acusação feita pelo PS de que o PSD “está sempre contra tudo” e referiu que o partido “está a favor de mais de 80% dos projetos”, no entanto, acrescentou que “há uma pequena percentagem que é bastante mal feita”.
Pelo CDS, Patrique Alves fez questão de mostrar a discordância relativamente a algumas questões como a concessão dos transportes rodoviários, de alertar para a “degradação dos serviços” e sobretudo “para os perigos pela forma como o processo está a ser conduzido”.
“Nós abstivemo-nos porque estamos a falar de um projeto de futuro que é diferente do nosso e devo sublinhar isso, nomeadamente em termos fiscais”, frisou.
Patrique Alves lamentou ainda a não inclusão no orçamento de medidas para o comércio tradicional que “será fortemente afetado, pelo menos na fase de implementação das diferentes obras do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU)”.
Foto: António Pereira