A Câmara de Vila Real vai avançar com um plano de salvaguarda do barro negro de Bisalhães, cujo processo de fabrico foi hoje reconhecido pela Unesco, que prevê um investimento de 370 mil euros até 2020.

A Câmara de Vila Real avançou com a candidatura do processo de fabrico do barro negro de Bisalhães à lista do património cultural imaterial que necessita de salvaguarda urgente, por esta ser uma atividade em vias de extinção.

Esta candidatura foi apreciada hoje, durante a 11.ª reunião do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que decorre em Adis Abeba, capital da Etiópia.

Atualmente, são cinco oleiros da aldeia de Bisalhães que fazem desta arte a sua atividade principal e a maioria tem mais de 75 anos.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse que a candidatura "visa aumentar a visibilidade deste património" e representa também um "compromisso em larga escala com o plano de salvaguarda".

Este plano será aplicado até 2020 e prevê um investimento de 370 mil euros.

Rui Santos frisou que as medidas preveem, em primeiro lugar, o apoio aos oleiros existentes, através da melhoria dos postos de venda e do transporte de barro.

Será ainda feita uma aposta na educação e formação, através do incentivo da implementação de cursos de formação, em articulação com outras instituições da cidade, desde escolas à universidade.

O autarca destacou que a salvaguarda desta arte passa pela "valorização económica da atividade".

Para esse objetivo, disse que contribuirão a instalação de sinalética na freguesia de Mondrões, onde se insere Bisalhães, e a criação de percursos relacionados com o barro.

Será também promovida a certificação da olaria e dos oleiros, a divulgação e promoção da arte e a diversificação das peças produzidas.

"Estamos convencidos que a utilização do barro negro com novos 'designs' e novas utilizações dará um novo impulso a este material. Começam já a surgir algumas experiências nesse sentido, como o projeto Bizarro, que parecem indicar que este poderá ser um dos caminhos para salvar o nosso barro", afirmou Rui Santos.

O plano inclui a organização de exposições e 'workshops' com crianças, a edição e reedição de publicações sobre o barro preto, bem como de ciclos de conferências.

O autarca lembrou que o município fomentou um concurso que deu origem a um "original troféu" em barro de Bisalhães, que foi distribuído aos vencedores das corridas automóveis de Vila Real.
Lusa



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