A Câmara de Vila Real vai criar um ponto de recolha de roupa e têxteis lar para a sua reciclagem ou partilha com outras pessoas, no âmbito do projeto “Para cá do Marão, embalagens não!”, foi hoje anunciado.

“No concelho de Vila Real, os resíduos têxteis depositados em aterro constituem 04% do material entregue”, afirmou Carlos Silva, vereador do pelouro do Ambiente do município, que falava em conferência de imprensa.

No âmbito do projeto “Para cá do Marão, embalagens não!”, que está a ser implementado no concelho, a câmara anunciou uma nova valência e que visa, precisamente, a reciclagem ou reaproveitamento de roupas ou têxteis lar. Com esta nova aposta, o projeto adota o lema “Para cá do Marão, planeta são!”.

Assim, segundo explicou Carlos Silva, vai ser criado um ponto de recolha, nas instalações da antiga fábrica de diamantes, onde será possível “descartar, partilhar ou reciclar a roupa após consumo”.

Acrescentou que vai também ser desenvolvida uma aplicação para telemóveis, na qual serão colocadas as peças que ficarão disponíveis para partilhar com quem precisar ou quiser.

“A cada peça entregue serão atribuídos pontos que poderão ser trocados por outros têxteis ou brindes desenvolvidos com material reciclado”, frisou o vereador.

Mafalda Vaz de Carvalho, responsável pelos serviços do ambiente do município, reforçou que o objetivo do projeto é “reduzir o impacte dos têxteis depositados em aterro” e, consequentemente, a “fatura da câmara municipal”.

A responsável referiu ainda que os resíduos têxteis se estão a transformar num “grave problema” em todo o planeta e, segundo explicou, Vila Real quer apresentar uma solução que ajude a atenuar este impacte ambiental.

A empresa ToBeGreen, uma ‘spin-off’ da Universidade do Minho, é parceira do município de Vila Real na implementação deste projeto.

No ponto de recolha estarão duas pessoas da empresa a fazer o encaminhamento dos têxteis, ou para a reciclagem ou para a partilha, de acordo com a vontade de quem ali entrega os materiais.

Serão ainda realizadas ações de sensibilização junto das escolas, de instituições particulares de solidariedade social e outras instituições governamentais.

O projeto contempla um investimento de 750 mil euros e é financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu - EEA Grants, e pela Secretaria-Geral do Ambiente.

Numa primeira fase, a iniciativa teve como objetivo promover a economia circular no setor das embalagens de bebidas de plástico e latas e assenta na política dos cinco “R” - repensar, reduzir, reutilizar, reciclar e recusar.

Nesse âmbito, foram instaladas máquinas de ‘reverse vending’ para a recolha de garrafas de plástico e latas não reutilizáveis em lojas retalhistas do concelho, de forma a garantir o seu encaminhamento para a reciclagem.

Houve, no entanto, um problema com as máquinas inicialmente colocadas nos estabelecimentos comerciais aderentes e, segundo Mafalda Vaz de Carvalho, em junho já deverão estar operacionais as novas.

O projeto contemplou também a implementação de estruturas para a recolha de pastilhas elásticas e de pontas de cigarro cujo destino final é a reciclagem com vista, por exemplo, à produção de novos materiais como os 'e-tijolos'.



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