A criação do Museu da Mulher e a construção de uma Biblioteca Europeia são alguns dos projetos incluídos na candidatura de Vila Real a Capital Europeia da Cultura 2027, que foi apresentada na terça-feira à noite.
Vila Real foi uma das 12 cidades portuguesas que formalizou a candidatura a Capital Europeia da Cultura, a qual tem como mote “Movemos Montanhas” e une os 19 municípios do Douro que constituem a comunidade intermunicipal (CIM).
Na sexta-feira vão ser reveladas as cidades que passam à fase seguinte e, nesta terça-feira à noite, o município de Vila Real fez uma apresentação da candidatura à comunidade.
Mara Minhava, a vereadora com o pelouro da cultura, realçou a intenção de se construir uma Biblioteca Europeia, que envolva os municípios durienses e que seja “o grande centro de conhecimento europeu no Douro”.
A outra infraestrutura proposta é a criação do Museu da Mulher, num edifício reabilitado, onde se quer trabalhar a temática da igualdade de género e que deverá pertencer à rede internacional de museus.
“Nós temos muitas tradições ancestrais, muitas trabalhadas por mulheres. É através de uma ligação contemporânea que as tradições ganham vida e se atualizam”, afirmou.
A candidatura inclui o Festival Viva o Interior com 27 países, o Circuito de Arte Sonora da Europa e criação de uma “sala multi-sensorial, transpondo a filosofia Snoezelen para a natureza.
Depois, acrescentou, a candidatura agrega ações como a criação dos conselhos dos “Futuralistas”, que reunirá jovens dos 6 aos 24 anos, e “O amor à coisa”, composto por pessoas com mais de 65 anos, e contempla iniciativas relacionadas com a “media arte”, aliando as novas tecnologias ao património, congressos, encontros, de coproduções e conferências.
“Na nossa candidatura há esta clara ligação entre o jovens e pessoas com mais idade, que se cruzam”, referiu Mara Minhava.
Há também tradições como a do linho ou do barro negro, há património, paisagem, natureza e há montanhas que “se querem mover” para mostrar o território à Europa.
“No Douro somos 19 municípios apenas com o objetivo de que a cidade de Vila Real e a extraordinária região sejam por absoluto mérito os representantes de Portugal naquele que é o maior evento cultural da Europa”, afirmou o presidente da CIM Douro, Carlos Silva Santiago.
E, segundo o também presidente da Câmara de Sernancelhe, este território tem “para oferecer à Europa algo único” como a “força detentora de três patrimónios da humanidade”: O Alto Douro Vinhateiro, o Parque Arqueológico do Côa e o barro negro de Bisalhães.
O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, lembrou que a candidatura alavancou um plano estratégico municipal de cultura até 2030 e salientou que Vila Real quer ser pioneira “na declaração da cultura como um bem essencial” e ainda na implementação de um projeto piloto que “concretize um plano estratégico municipal de cultura e educação”.
A estratégia não passa, explicou, “pela construção desenfreada de infraestruturas e equipamentos, mas sim por uma mudança de atitude que se reflita numa nova forma de se olharem e trabalharem todos os espaços já existentes em que cada um é um agente cultural, participante e criador de valor.
Foram 12 as cidades portuguesas que se candidataram a Capital Europeia da Cultura 2027: Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real.