O presidente da Câmara de Vila Real disse hoje esperar ver a cidade incluída no Plano Ferroviário Nacional (PFN) e afirmou que a reativação da Linha do Corgo, fechada em 2009, permitirá corrigir um erro histórico.
“Temos a expectativa de que esse erro histórico seja corrigido e que no Plano Ferroviário Nacional se volte a contemplar Vila Real com a ferrovia", salientou Rui Santos.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu que o PFN, hoje lançado, deve incluir o objetivo de ligação ferroviária a todas as capitais de distrito. Atualmente não são servidas pelo comboio capitais como Bragança, Vila Real e Viseu.
“Estou convencido que Vila Real irá necessariamente apanhar este comboio. Aliás, hoje o senhor ministro Pedro Nuno Santos referenciou Vila Real como uma cidade, capital de distrito, que merecia que o comboio por aqui passasse”, afirmou Rui Santos.
A linha de caminho de ferro do Corgo, que ligava as cidades de Vila Real e Peso da Régua, foi encerrada no dia 25 de março de 2009 por decisão do Governo PS de José Sócrates, que alegou razões de segurança.
O troço da linha entre Vila Real e Chaves foi encerrado em 1990, durante o Governo PSD de Cavaco Silva.
“Primeiro foi Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, que encerrou a ligação entre Vila Real e Chaves. Mais tarde Sócrates retirou os carris com a intenção de tornar a linha entre Vila Real e a Régua mais segura e Pedro Passos Coelho enterrou essa nossa esperança cancelando definitivamente a obra que aí estava prevista”, salientou Rui Santos.
Mas, para o autarca, “tão ou mais importante que a ligação entre Vila Real e a Régua é a ligação entre Vila Real e Espanha”.
“É por isso que vamos bater”, frisou.
Rui Santos lembrou que Vila Real “é a única cidade universitária do país que não tem comboio” e frisou que, hoje, “a ferrovia é fundamental para o desenvolvimento destes territórios”.
“Temos também presente que a realidade de hoje não é a realidade de há 30 ou 40 anos. Hoje temos uma rede rodoviária muito bem infraestruturada que nos deixa a pouco mais de 50 minutos do Porto, de Viseu, a 45 minutos de Chaves e da fronteira. A linha ferroviária que venha por aqui a passar tem que ter um grau de sofisticação e de rentabilidade, também de comodidade e de rapidez tendo presente a realidade que hoje temos na área rodoviária, caso contrário seria um fracasso”, ressalvou.
Esta poderá ser uma linha importante para o transporte das populações e de mercadorias e para o turismo.
“Todas essas valências são obviamente fundamentais, mas não tenhamos ilusão, se não for uma linha ferroviária com vantagens sobre a rodovia não vai ser, com certeza, rentável nem usada. Tem que ser um plano bem pensado, estruturado, tendo presente a realidade de hoje”, apontou.
Neste momento, o ramal da linha do Corgo está a ser transformado numa ecovia.
Para Rui Santos, “não há qualquer incompatibilidade entre os projetos”. “O canal está sempre guardado para a ferrovia, aliás é uma imposição legal”, sublinhou.
Foi hoje lançado o Plano Ferroviário Nacional, um instrumento que irá definir a rede ferroviária que irá assegurar as comunicações de interesse nacional e internacional em Portugal.
O autarca falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras na rua do Rossio, uma das mais antigas de Vila Real e que foi requalificada no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) que está em curso.
O investimento nesta artéria, que “não era intervencionada há mais de 50 anos”, foi de 193 mil euros.
Fotografia: Diário de Trás-os-Montes (para ver com melhor resolução clique na imagem)