A antiga central hidroelétrica do Biel, junto ao rio Corgo, vai ser alvo de uma intervenção de cerca de três milhões de euros que visa abrir o espaço à visitação e à preservação da história de Vila Real.
Vila Real inaugurou no século XIX uma pioneira rede de energia elétrica, pela mão de Emílio Biel. Em 1894, entrou em funcionamento, no rio Corgo, a primeira central hidroelétrica de serviço público do país, alimentando a rede local de distribuição de eletricidade até 1926.
Para recuperar o espaço, que se encontra ao abandono e em avançado estado de degradação, a Câmara de Vila Real elaborou um projeto que candidatou a fundos comunitários e que terá ainda a comparticipação de privados.
O presidente da autarquia, Rui Santos, explicou que o projeto de intervenção para a central do Biel está divido em duas fases e afirmou que o investimento "poderá chegar aos três milhões de euros".
O autarca referiu ainda que o município está a "trabalhar com alguns parceiros privados, na área das energias, que se possam associar à iniciativa".
O objetivo é, segundo Rui Santos, abrir o espaço à visitação, à interpretação da natureza e à preservação da "história extraordinária de Vila Real que foi a primeira cidade a ter luz elétrica em Portugal".
"Fruto daquela central, uma central feita à época com todas as regras ambientais que hoje se defendem", sustentou.
Na velha central ainda existe parte dos equipamentos principais construídos e instalados no século XIX.
Depois, já na década de 20 do século XX, o industrial José Pires Granjo adquiriu e ampliou o edifício (preservando a maior parte das antigas máquinas), montou um elevador e instalou no local uma fábrica de curtumes que viria a funcionar até 1950.
Rui Santos adiantou ainda que o município está a avançar com outro projeto que visa alargar o parque Corgo para a zona das escarpas, ampliando os percursos da natureza.
O autarca referiu que esta candidatura já foi aprovada e que o investimento previsto é de "aproximadamente 600 mil euros".
O projeto inclui a recuperação de alguns percursos antigos, a colocação de passadiços em alguns locais e o usufruto de uma das zonas mais escarpadas do rio Corgo.
As obras, de acordo com o autarca, vão iniciar-se ainda este ano.
foto. UFM