As câmaras de Vinhais e Macedo de Cavaleiros, distrito de Bragança, aprovaram por unanimidade uma moção de repúdio ao Plano Nacional de Investimento 2030 por entenderem que despreza o Nordeste Transmontano, focando-se na “litoralização do país”, foi hoje divulgado.
Os municípios liderados pelos socialistas Luís Fernandes e Benjamim Rodrigues consideram que “é lamentável que obras estruturais como a ligação Macedo-Vinhais-Gudiña não tenham sido contempladas no Plano Nacional de Investimento (PNI) 2030, sendo estas obras estratégicas para o desenvolvimento do interior do país”.
A não inclusão desta ligação do Nordeste Transmontano a Espanha “traduz-se numa condenação ao nordeste transmontano, em concreto aos municípios de Macedo de Cavaleiros e Vinhais, pois desta forma deixam de constituir um local de fixação para as empresas, perdendo assim a sua capacidade de atração e investimento para os mais jovens”.
Os argumentos constam da moção aprovada por unanimidade em reunião de câmara e que vai ser enviada aos diferentes órgãos de soberania nacionais com críticas ao PNI apresentado pelo Governo com o planeamento do próximo ciclo de investimentos estratégicos e estruturantes de âmbito nacional para a próxima década.
A moção contempla as posições dos dois municípios portugueses defensores desta ligação transfronteiriça, Vinhais e Macedo de Cavaleiros, que expressa, “repúdio ao PNI 2030, dado que este se traduz num desprezo pelo Nordeste Transmontano”.
“O PNI 2030 consiste num programa de investimentos para a litoralização do país, focando-se nas áreas metropolitanas, violando assim grotescamente o princípio da coesão territorial”, sustentam, no documento.
Os autarcas defendem que com a exclusão desta rodovia dos investimentos nacionais “perde-se a oportunidade de estabelecer uma ligação ao país vizinho, o que significa um prejuízo para a região”.
“Os municípios de Vinhais e Macedo de Cavaleiros consideram como prioritário na opção estratégica do desenvolvimento territorial, o prolongamento a norte do IP2, partindo de Macedo de Cavaleiros, passando pela Moimenta até à Gudiña (Espanha), ligando a A52 (Autovia das Rias Baixas) à estação do AVE (Alta Velocidade) Portas da Galiza”, reiteram.
A autarquia de Vinhais lembra ainda que o concelho não é servido por qualquer via rápida e aguarda há anos pela reclamada beneficiação da Estrada Nacional 103 até Bragança, que se encontra contemplada no PNI.
“Numa região economicamente frágil e de baixa densidade populacional, a inclusão desta ligação rodoviária no PNI 2030 traduzir-se-ia no desenvolvimento de Trás-os-Montes”, argumentam.
Benjamim Rodrigues garante que, “com a exclusão desta ligação do PNI 2030, está-se a condenar o desenvolvimento económico e social não só nos concelhos de Macedo e Vinhais, mas em todo o Nordeste Transmontano”. “Esta era uma via fundamental para acelerar a ligação a Espanha, através da ligação à Autovía das Rias Baixas e à Plataforma Logística estação do AVE em Portas da Galiza, e um excelente cartão de visita dos concelhos da região para ajudar à fixação de mais e maiores investimentos empresariais no nosso território."