O incêndio em Rebordelo, Vinhais, consumiu cerca de 650 hectares, avançou o presidente do município do distrito de Bragança, que espera agora abertura para ajudas ao setor agrícola em caso de necessidade.

“A área que ardeu neste momento estima-se nos 650 hectares. É uma área muito considerável, em que ardeu uma zona de mato, mas também há zona florestal e de cultivo, sobretudo castanheiro, vinha, amendoal e alguns apiários”, disse à Lusa Luís Fernandes ao início desta tarde.

A localidade mais afetada terá sido Nuzedo de Baixo, na freguesia de Vale das Fontes.

O autarca local adiantou ainda que embora os prejuízos não estejam contabilizados, uma vez que o levantamento só será feito depois de os operacionais darem os trabalhos no terreno por concluídos, já há a certeza de que são avultados.

Depois de o Governo ter anunciado na semana passada um pacote de meio milhão de euros a área ardida nos incêndios do início de agosto nos concelhos de Bragança, Miranda do Douro e Vimioso, onde arderam cerca de 2.500 hectares, Vinhais espera igualmente apoios, caso as perdas, depois de contabilizadas, o justifiquem.

“Tenho a certeza de que nem poderá ser de outra forma, no caso de haver necessidade, e parece-me que, ainda de maneira muito prematura, deve haver [necessidade de ajudas]. E parece-me que o Governo estará disponível para nos apoiar e ajudar as populações nesse sentido e nas intervenções que haja necessidade de fazer”, afirmou Luís Fernandes, sublinhando que considera que, se vier a justifica-se, haverá "abertura também para o município de Vinhais".

As intervenções que serão provavelmente necessárias, detalhou o presidente da câmara, dizem respeito a estabilizações de terrenos para preservar a qualidade das águas dos rios que passam naquela zona, o Tuela e o Rabaçal.

O incêndio que começou no domingo em Rebordelo, Vinhais, distrito de Bragança, está já em fase de consolidação e rescaldo. Durante a noite foram colocadas cerca de 70 habitantes da aldeia de Nuzedo de Baixo no centro da aldeia, por precaução.

“Uma das frentes aproximou-se muito e rodeou toda a aldeia de Nuzedo de Baixo. Como forma preventiva, foi ativado o plano Aldeia Segura Pessoas Seguras, que consistiu no confinamento das pessoas num local seguro, no centro da aldeia. Foi uma situação momentânea, por precaução. Quando a frente de fogo foi extinta, as pessoas regressaram às suas habitações com normalidade”, explicou à Lusa o comandante João Noel Afonso, do Comando Sub-Regional das Terras de Trás-os-Montes.

Apesar de dominado durante a noite, vão manter-se no local todos os meios no terreno, incluindo os aéreos, para ajudar a consolidar pontos quentes que ainda existem, disse o comandante João Noel Afonso.

O fogo começou às 16:21 de domingo e chegou a ter três frentes ativas. Às 14:50 desta tarde, de acordo com a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, permaneciam no local 257 operacionais, 89 viaturas e dois meios aéreos.



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