O município de Vinhais informou hoje que decidiu suspender a partir de sexta-feira o transporte gratuito que estava a disponibilizar aos doentes oncológicos deste concelho do distrito de Bragança, como medida de contenção da Covid-19.

“Foi uma das medidas que mais me custou a tomar” afirmou à Lusa o presidente da Câmara, Luís Fernandes, salientando que se trata de uma decisão a pensar na segurança de todos e de acordo com as atuais orientações das autoridades de saúde face à pandemia provocada pelo novo coronavirus.

A decisão teve ainda em conta, como esclareceu, o facto de estarem a ser canceladas consultas e tratamentos nas unidades de saúde de destino, nomeadamente o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e o hospital de Vila Real.

Ainda hoje o transporte foi ao Porto com quatro doentes e apenas um teve consulta. Os restantes viram os agendamentos desmarcados, segundo o autarca.

A Câmara de Vinhais disponibiliza transporte aos doentes oncológicos há seis anos, como medida para atenuar os efeitos da crise e do corte por parte do Estado no apoio às deslocações a que são obrigados os residentes nesta região.

Só no primeiro semestre de 2019, o município transportou mais de 400 doentes de Vinhais para tratamentos e consultas.

O autarca esclareceu que a partir de sexta-feira as necessidades terão de ser asseguradas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas garantiu que “se houver algum caso grave, como falta de um medicamento, a autarquia está disponível para ajudar”.

Luís Fernandes esclareceu ainda que a Câmara Municipal já disponibilizou à população do concelho, no âmbito do plano de contingência, um serviço de entrega de medicamentos e bens alimentares.

A medida vigorará por tempo indeterminado, assim como outros em que se inclui, além do encerramento de todos os equipamentos e espaços públicos, a suspensão do registo de contagem e cobrança de água.

Todos os municípios do distrito de Bragança tomaram medidas semelhantes de suspensão de todas as atividades e encerramento dos espaços públicos.

A Câmara de Mirandela decidiu ainda prorrogar “os prazos de todos os processos administrativos e relativos a pagamentos (água, refeições escolares, alojamento, rendas, licenças, entre outros) até ao estabelecimento da normalidade”.

O surto de Covid-19 começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O coronavírus responsável pela pandemia infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.



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