Uma jovem lusodescendente residente em França que há sete anos fez a Justiça francesa acreditar que tinha sido abusada sexualmente pelo seu pai, pediu recurso e espera agora que os tribunais o declarem inocente.

Numa entrevista à agência Lusa, Virginie Madeira, de 21 anos, diz-se \"arrependida\" do que fez e quer provar a inocência do pai. Por isso, pediu ao advogado para recorrer da sentença que condenou o seu pai a 12 anos de cadeia e escreveu um livro a contar toda a história.

\"Eu Menti\" é o título do livro lançado no passado dia 20 de Setembro em França e que a luso-descendente espera que venha a ajudar a Justiça francesa a declarar o seu pai inocente.

\"Durante três anos ninguém me ouviu. Escrevi cartas ao presidente da República e ao ministro da Justiça, que nunca me responderam, ao Procurador, que me disse que não era da sua jurisdição, falei com uma deputada e com duas advogadas, que me meteram medo ao insistirem que podia ir para a prisão\", disse a jovem .

\"No final do ano passado, decidi escrever o livro. Foi a solução que encontrei. A Justiça não me quis ouvir, mas agora são obrigados a ouvir-me\", acrescentou.

A história de Virginie Madeira começou em 1998, quando tinha 14 anos e era uma adolescente \"imatura e com problemas em fazer amigos\". Um dia, uma colega de quem se queria aproximar, fez-lhe uma confidência íntima e Virginie pensou que tinha de retribuir. \"Como tinha visto uma situação semelhante na televisão, decidi dizer-lhe que o meu pai abusava de mim, mas pedi-lhe para não contar a ninguém. Só que e la foi dizer à directora da escola\", contou a luso-descendente.

Para já, \"Eu Menti\" só está disponível em França, mas Virginie gostava que o livro fosse publicado em Portugal \"para que todas as pessoas que nos conhe cem saibam que o meu pai não é culpado\".



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