Viticultores queixam-se de elevados prejuízos nas vinhas por causa da "chuva torrencial e granizo" que atingiram esta quinta-feira 11 aldeias do concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.
Viticultores do Douro queixam-se de elevados prejuízos nas vinhas por causa da “chuva torrencial e granizo” que atingiram esta quinta-feira 11 aldeias do concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real.
Sérgio Gonçalves chegou ao final da tarde a Souto Maior e encontrou a sua vinha, inserida na Região Demarcada do Douro, “completamente destruída”. “Tenho meio hectare e este era o primeiro ano de produção que ia entregar na adega e perdeu-se tudo. Estava a trabalhar na barragem do Tua e lá não aconteceu nada disto“, afirmou o pequeno produtor à agência Lusa, referindo-se à quantidade de chuva.
Foi quase uma hora de chuva intensa, acompanhada de granizo, que “esfarraparam as folhas das videiras, quebraram as varas e deitaram os cachos das uvas ao chão”.
“Agora é tratar as videiras para o ano darem alguma coisa. Cicatrizarem para o próximo ano. Tenho seguro. Mas é chato andarmos a trabalhar para chegarmos e vermos tudo destruído, lamentou.
O presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, andou este final de tarde pelo concelho a ver os estragos provocados pelo mau tempo que atingiu 11 aldeias das freguesias de Souto Maior, Sabrosa e Vilarinho de São Romão”.
“De facto é desolador ver que há aqui vinhas que estão profundamente afetadas. Presumo que temos aqui uma situação em que a produção está completamente comprometida”, disse à Lusa.
Em Souto Maior, o autarca disse que pode “ver uma dimensão significativa de vinhas fortemente atingidas e depois as também hortas completamente desfeitas”.
“Nota-se e bem os efeitos do granizo. As videiras estão esfarrapadas, estão fustigadas pelo granizo, pelo temporal que se abateu sobre elas. As videiras estão derreadas e nota-se que foram fortemente atingidas na folhagem e no próprio caule da planta”, descreveu.
O presidente afirmou que vai pedir para que os técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN) se desloquem “o mais rapidamente possível ao terreno para efetuarem uma avaliação dos estragos”.
José Marques referiu ainda que a força da água “era tremenda” e também provocou estragos na parte baixa da sede de concelho.
Ao longo da rua direita a água da chuva entrou em cerca de uma dúzia de estabelecimentos comerciais, algumas habitações particulares, na igreja e no rés-do-chão da câmara.
A prioridade, segundo José Marques, “vai ser desobstruir as ruas da vila e das aldeias e depois avançar para os caminhos rurais”.
Lusa