O presidente da distrital de Bragança do PS, Jorge Gomes, classificou hoje como “uma surpresa” a vitória que o partido obteve, nas eleições de domingo, numa região tradicionalmente de direita.
“Foi uma surpresa para nós, embora, com a forma como estava a correr a campanha, tivéssemos a perceção de que iríamos ter um bom resultado”, afirmou à Lusa.
O PS ganhou pela segunda vez, no distrito de Bragança, as eleições legislativas, com uma diferença de 15 votos em relação ao PSD, e a eleição de dois dos três deputados deste círculo eleitoral, enquanto os sociais-democratas ficaram com um.
Os socialistas só tinham tido mais votos do que o PSD neste distrito em 2005, aquando da maioria absoluta de José Sócrates, mas ficaram com dois deputados e o PSD com outros dois, quando a região ainda tinha quatro lugares no Parlamento.
Além da campanha que o partido fez, o presidente da distrital diz que “também ajudou ao resultado” a mobilização que o secretário-geral António Costa conseguiu junto dos portugueses.
Jorge Gomes cessa agora o mandato de deputado na Assembleia da República, depois de ter sido cabeça de lista, em 2019, e o único eleito do PS por Bragança.
Nestas legislativas, Jorge Gomes, que também foi secretário de Estado da Administração Interna, ocupou o terceiro lugar na lista de candidatos do PS, afirmando que foi na posição que quis e que “foi uma experiência positiva” a mudança do cabeça de lista.
Em primeiro lugar na lista do PS por Bragança foi, desta vez, Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, e, em segundo lugar Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portugueses.
Sobrinho Teixeira é professor do ensino superior e foi presidente do Instituto Politécnico de Bragança e estreou-se como candidato, encabeçando a lista do PS pelo círculo eleitoral de Bragança.
A médica Berta Nunes deixou a Câmara de Alfândega da Fé, em 2019, para integrar a lista socialista às legislativas, também em segundo lugar, e foi escolhida para integrar o Governo liderado por António Costa.
Ambos foram eleitos deputados e desconhece-se ainda se irão integrar o novo Governo de António Costa, seguindo-se na lista para o parlamento, composta por três efetivos e três suplentes, Jorge Gomes, Catarina Pinto, Tito Resende e Ana Luísa Peleira.
Os socialistas ganharam as eleições no distrito de Bragança com uma subida de 23.163 votos, em 2019, para 26.485 (40,3%) e o PSD obteve um resultado idêntico a 2019, com 26.480 votos (40,28%).
O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.
Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.
O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.
A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer parlamentar.
A abstenção desceu para os 42,04% depois nas legislativas de 2019 ter alcançado os 51,4%.