A Feira do Fumeiro de Montalegre, que decorre de 26 a 29 de janeiro, vai ter à venda mais de 60 toneladas de fumeiro, estimando-se um retorno financeiro de três milhões de euros, disse hoje o presidente do município.

“Este certame é algo muito importante para a região porque é dele que muitas famílias dependem e sobrevivem”, disse Orlando Alves, em conferência de imprensa, no Porto.

Na sua 26.ª edição, a feira conta com 91 produtores exclusivamente locais, 74 deles de fumeiro que têm para vender mais de 60 toneladas de enchidos, desde alheiras, chouriças, sangueiras, bucheiras, farinheiras ou salpicões com os preços de há 25 anos.

Mostra “o que de melhor se faz no Barroso”, disse o autarca, que adiantou que, além do fumeiro, haverá pão caseiro, bolos, folares, mel, compotas, ervas aromáticas e medicinais ou licores regionais.

Com um investimento de 150 mil euros, o autarca espera uma “enchente”, estimando a visita de cerca de 100 mil visitantes, número semelhante ao do ano passado.

Uma das novidades deste ano é a abertura de um espaço dedicado à restauração e à animação no pavilhão gimnodesportivo tendo, para o efeito, a autarquia colocado uma proteção no pavimento, adiantou.

“O objetivo foi a criação de um espaço de convívio onde as pessoas possam estar depois de visitar a feira, comer as iguarias de Montalegre e divertirem-se”, explicou.

Orlando Alves frisou que o país está “saturado de feiras e feirinhas”, mas algumas têm um “peso significativo” nas regiões, que é o caso de Montalegre.

“A Feira do Fumeiro já tem uma longa tradição e é conhecida pela qualidade e autenticidade dos seus produtos, é isso que continua a cativar as pessoas ano após ano”, entendeu.

Hoje, o certame é sinónimo de sucesso, de rendimento, de sustento e de valorização do mundo rural e todos o reconhecem, ressalvou.

Muitos dos produtores já nem à feira vão porque conseguiram criar os seus próprios canais de comercialização, afirmou.

O presidente considerou que o futuro da região passa por esta atividade, defendendo uma restruturação fundiária e a aposta dos jovens no setor.

O certame vai receber a visita do ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, e do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

“É um motivo de satisfação e o reconhecimento da importância da feira a nível nacional”, considerou.

A animação estará a cargo de grupos musicais, ranchos folclóricos e cantares ao desafio, estando ainda prevista a tradicional chega de bois.

Esta vila de Trás-os-Montes, no distrito de Vila Real, tem atualmente mais de 300 camas em hotéis, residenciais ou habitações de turismo rural, criadas “a reboque” de eventos como esta feira, a sexta-feira 13, o congresso de medicina tradicional ou o mundial de ralicross.



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