População perde a conta às tradições e aos locais repletos de histórias do passado
Descrita pelos seus habitantes como “uma das aldeias mais antigas atrás da serra”, Rebordaínhos é indissociável das inúmeras lendas que se contam e do imenso património que comprova a importância histórica daquela aldeia.
A cerca de 22 quilómetros da sede de concelho, Bragança, Rebordaínhos chegou a ser vila, detentora de justiça própria e pelourinho, sendo que Abade de Baçal refere um documento onde se fala da “Câmara Municipal de Rebordaínhos em 1461”. A confirmar essa importância histórica, ergue-se um pelourinho no centro da aldeia, classificado como Imóvel de Interesse Público, em 1933.
Rebordaínhos integra, ainda, a quinta de Vilas Boas de Arufe, que pertencia à família fidalga dos Sepúlvedas. Neste local pode admirar-se um exemplar da arquitectura solarenga provincial, bem como uma capela ou uma fonte com traços barrocos de finais do século XVII.
Além do vasto e rico património histórico e patrimonial, a freguesia acolhe locais que remetem aquela localidade para épocas remotas, como o Cabeço Cercado, que terá sido base de um povoado fortificado castrejo da Idade do Ferro, bem como dos povos Vidoedo e Lanção, e onde se terá erguido uma forca, em época Medieval.
Parque eólico previsto para Rebordaínhos trará vantagens para a população local
Com cerca de 120 habitantes, a freguesia de Rebordaínhos (que integra a localidade de Pereiros e a quinta de Vilas Boas) tem sido procurada por pessoas sem qualquer ligação à freguesia para a construção de novas moradias. Uma tendência que José Pereira, habitante de Rebordaínhos, acredita “que se venha a acentuar, dada a proximidade a Bragança”.
Contudo, esta procura tem sido, segundo o presidente da Junta de Freguesia de Rebordaínhos, Albino Rodrigo, dificultada por proprietários ou herdeiros que não vendem terrenos para construção ou para a recuperação de casas velhas. “Poderia representar uma mais-valia para a freguesia, uma vez que trazia mais pessoas novas, mas a população não mostra muito interesse em vender”, lamenta o autarca.
A instalação de um parque de energia eólica na freguesia, previsto há cerca de cinco anos, é outro dos projectos que traria benefícios e rendimentos à população de Rebordaínhos. “A empresa responsável está a efectuar pagamentos desde 2002, mas o projecto não tem avançado mais, o que é uma pena”, acrescenta Albino Rodrigo.