Quase 200 pessoas aderiram à iniciativa Caminhada Solidária de Apoio ao Márcio em Alijó para a compra de duas cadeiras que possibilitem melhores condições de vida ao menino de dois anos que sofre de hidrocefalia e paralisia cerebral.
Aconteceu no domingo em Alijó, pelas 14h30, a “Caminhada Solidária de Apoio ao Márcio 2016”. “O Márcio nasceu a 14 de outubro de 2014 com, apenas, 28 semanas. Ao segundo dia de vida, ele teve uma hemorragia cerebral e aí ficou com um problema de hidrocefalia e paralisia e ficou, também, com um problema de retinopatia. Ou seja, tem também problemas na vista, tudo derivado dele ser prematuro”, começou por contar a mãe do menino ao Diário de Trás-os-Montes (DTM). Todo o dinheiro reunido com esta iniciativa servirá para a família de Márcio comprar duas cadeiras. “Uma para andar na rua e outra para estar em casa, de comer, para ele ficar sentadinho à mesa a comer”, revelou Laura Carvalho Silva. No entanto, o DTM pesquisou e soube que, só uma das cadeiras, rondará os 4 mil euros. Questionada sobre se é uma doença com cura ou crónica, Laura é perentória em afirmar que Márcio é “considerado um bebé crónico”. “A hidrocefalia não tem cura. Agora, a paralisia se com fisioterapia resolve ou não, isso não sabemos”, manifestou a progenitora, notoriamente satisfeita pelo carinho e apoio que todos têm demonstrado perante uma situação que pode acontecer a qualquer um, quando menos se espera.
Uma das responsáveis pela divulgação da iniciativa e que, também, participou, juntamente com a sua família, foi Edite Marisa Merêncio. “A ideia partiu de um escritório de seguros da localidade de Alijó. Depois, a mãe do Márcio trouxe-me umas fichas de inscrição para mim no Centro de Saúde de Murça para eu tentar angariar alguma coisa. Então, tomei a iniciativa de conversar com os senhores padres, apelar ao seu bom senso para falarem com as pessoas na igreja, nas missas das diversas paróquias. Para elas, depois, se poderem inscrever nas juntas de freguesia. Falei, também, com os presidentes de junta a ver se estavam recetivos a aceitarem as inscrições e os donativos para ajudarmos o Márcio”, explicou a assistente técnica do Centro de Saúde de Murça, que tudo fez ao seu alcance para poder dar ao menino de dois anos, feitos recentemente, uma vida mais digna.
“Em termos de participação na caminhada, tivemos, sensivelmente, 200 pessoas oriundas dos concelhos de Murça e Alijó. Murça, aliás, esteve muito bem representada com algumas instituições, inclusive, o grupo de escuteiros, o grupo de motards, bem como alguns presidentes de junta”, revelou Edite Marisa Merêncio, salientando que, houve muitos que contribuíram, mas que, por motivos vários, não puderam participar na Caminhada Solidária.
“Só no concelho de Murça, conseguimos reunir cerca de 1600 euros. Agora, o total não faço ideia. Até porque houve muita gente que apareceu na caminhada e que só se inscreveu no momento”, esclareceu uma das principais responsáveis pela divulgação do evento, cuja atitude benévola diz muito do seu caráter enquanto pessoa.
Apesar de ser de uma pequena aldeia do concelho de Alijó, mais precisamente de Pegarinhos, Márcio é utente do Centro de Saúde de Murça, o concelho limítrofe. Daí ter nascido esta confiança e um conhecimento quase que familiar de Edite com o menino que é uma força motriz e um exemplo de coragem para todos aqueles que o rodeiam.
Esta iniciativa, da Caminhada Solidária, que terminou por volta das 16 horas com um lanche que serviu para as duas centenas de participantes retemperarem forças, é a segunda do género. A primeira aconteceu com um jogo de futebol de veteranos que colocou frente a frente o Alijoense e a equipa de Murça.
No final da entrevista, o DTM pediu à mãe de Márcio para deixar uma mensagem a todas as pessoas que têm apoiado o seu filho, bem como à comunidade envolvente comprometida em ajudar a família e que não tem medido esforços neste contributo generoso e decisivo. Numa atitude verdadeira e emocionada, estas foram as suas palavras: “É importante a gente sentir-se apoiada e ver o carinho que as pessoas sentem por ele! Mas não há palavras para descrever o que essas pessoas fazem e a ajuda que elas nos estão a dar neste momento. Simplesmente, não há palavras… Para além de um sincero, obrigado”.
Quem quiser contribuir, poderá, ainda, fazê-lo através de uma transferência para a conta:
PT50003500450002072503003
Sendo que, qualquer importância, por mais pequena que seja, será sempre apreciada pela família e amigos do Márcio, que aproveitam para agradecer, desde já, “do fundo do coração”, o contributo de todos, no sentido de proporcionarem ao Márcio melhores condições de vida.
Um agradecimento especial a Daniel Breia Fonseca, não só pelas fotografias, mas, também, pela ajuda inicial que permitiu ao Diário realizar esta reportagem.